domingo, 30 de setembro de 2012

EJA E A TEORIA SÓCIO-CULTURAL VYGOTSKYANA

A EJA que é um sistema de ensino utilizado para a adaptação de jovens e adultos na educação, tem o objetivo de desenvolver os ensinos fundamental e médio de qualidade para cidadãos que se encontram fora da idade escolar. A EJA é regulamentada pelo artigo 37, da lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases - LDB).
A EJA teve seu inicio bastante conturbado, pois para muitos políticos a eliminação do analfabetismo deveria se dar na educação infantil, com um ensino de qualidade. Para aqueles, os adultos analfabetos já não tinham mais solução nem direito à educação. Porém, devido à luta de outros políticos firmou-se a lei que regulamenta a Educação de Jovens e Adultos, proporcionando a estes condições de estudar.
 
 O processo de ensino-aprendizagem é composto por muitas variáveis. Tais como: metodologia e recursos, instrucionais, as diferenças individuais do aprendiz (classe social, aptidão, idade, estilo cognitivo, etc.), o contexto da aprendizagem, características do professor, etc. São aspectos que devem ser considerados justamente para a definição dos objetivos pedagógicos, do conhecimento do aluno, etc, para assim realizar o planejamento que será posto em prática.
Sendo assim, estudaremos as definições de desenvolvimento, mediação e aprendizagem tendo como base os pressupostos teóricos do autor soviético Lev Semenovich Vygotsky, um dos estudiosos que estruturou sua teoria baseando-se no desenvolvimento do aprendiz como resultado de um processo sócio-cultural, dando ênfase ao papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. Vygotsky classifica sua teoria como histórico-social, centralizando-a na aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
Segundo Rego (2002), Vygotsky acreditava que o ser humano se constitui enquanto tal, a partir da interação social. Para Vygotsky, a cultura molda o funcionamento psicológico do homem. Na relação do homem com o mundo, mediado por instrumentos e símbolos desenvolvidos culturalmente, ele cria as formas de ação que o diferenciam de outros animais. Assim, a compreensão do desenvolvimento psicológico não pode ser buscada em propriedades naturais do sistema nervoso. Segundo a teoria vygotskyana, o cérebro é um sistema aberto cuja estrutura e formas de funcionamento são moldadas ao longo da história da espécie e do desenvolvimento individual.

O desenvolvimento está relacionado ao contexto sócio-cultural em que a pessoa se insere e se processa de forma dinâmica através de rupturas e desequilíbrios provocadores de contínuas reorganizações por parte do indivíduo. As interações com o grupo social e com objetos de sua cultura passam a governar o comportamento e o desenvolvimento do pensamento do indivíduo. (REGO, 2002 p.58)


De acordo com Rego (2002), a teoria vygotskyana mostra que a cultura constitui parte da natureza humana, por isso propõe o estudo das mudanças que ocorrem no desenvolvimento mental, partindo da inserção do sujeito em um determinado contexto cultural, originado da interação com os membros do seu grupo e de suas praticas sociais.
Essa interação ocorre principalmente através da linguagem, que por sua vez, como elemento mediador, permite a comunicação entre indivíduos e, conseqüentemente, através dessa interação, possibilita o desenvolvimento do individuo. Portanto, o uso da linguagem é determinado pela natureza sócio-interacional, uma vez que quem a usa considera as pessoas envolvidas no processo de interação, atuando no mundo social em um determinado momento e espaço.
Tendo o desenvolvimento humano origem nas constantes interações com o meio social no qual vive, entende-se então, que “o desenvolvimento do psiquismo humano é mediado pelo outro” (REGO, 2002 p. 60). Então o desenvolvimento do ser humano depende do aprendizado realizado num determinado grupo.
Segundo a teoria vygotskyana o aprendizado é um elemento necessário e fundamental no desenvolvimento das funções psicológicas superiores. “O aprendizado possibilita e mobiliza o processo de desenvolvimento”. E ainda, “o aprendizado constitui-se como necessário e universal para o desenvolvimento humano” (REGO, 2002 p. 53)
Dessa forma podemos concluir que o homem não constrói sozinho a sua aprendizagem, sendo necessária a intervenção do mundo exterior para que o ser humano possa interiorizar suas informações e daí exteriorizá-las de forma a se comunicar com o seu grupo, ocorrendo assim o processo de ensinar e aprender.
 
Como vimos anteriormente a EJA é um sistema de Educação voltado para jovens e adultos que não tiveram acesso ao ensino normal, ou seja, estiveram fora da escola no período de sua infância, não podendo iniciar ou dar continuidade e concluir seus estudos.
De acordo com o que vimos sobre a teoria vygtskyana entendemos que é através da interação entre indivíduos que suas informações são trabalhadas e conseqüentemente compartilhadas com o grupo.
No sentido da EJA onde cada ser individualmente trás consigo experiências vividas, culturas e pensamentos diferentes, ao se inserirem em um determinado grupo social poderá ter suas experiências, cultura e pensamentos trabalhados dentro do grupo, havendo assim a transformação necessária para o desenvolvimento de cada um e desencadeando, assim, o processo de aprendizagem. Dessa forma o aprendiz não é apenas ativo, mas, é também interativo, pois forma conhecimentos e se constitui a partir das relações intra e interpessoais. Nessa partilha com outros aprendizes e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos e funções sociais. Nesse sentido, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
Como elemento principal na mediação temos o professor que tem a incumbência de interferir no processo, provocando avanços nos alunos.
 
Retirado do site: http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/1021093

sábado, 29 de setembro de 2012

Saúde na Escola





Reformulação do Ensino de Física


O ensino de Física na escola básica necessita ser reformulado, inovado, para acompanhar o ritmo acelerado dos desenvolvimentos científico e tecnológico das últimas décadas. Paralelamente, as pesquisas em ensino têm revelado que o cotidiano e o lúdico facilitam e estimulam o processo de aprendizagem, fazendo-se a inclusão desses aspectos na abordagem dos conteúdos em sala de aula. Para tanto, é de fundamental importância que os mediadores daquele processo, os professores, estejam sensibilizados e capacitados para construírem suas próprias mudanças de posturas metodológica e estratégica.  com o objetivo de contribuir para tais reconstruções podemos utilizar muitos materiais, tiras de humor, música, atividades e etc.
Abaixo estão alguns desses exemplos:


ASTRONAUTA
(Gabriel O Pensador / Lulu Santos )

Astronauta tá sentindo falta da Terra? Que falta que essa Terra te faz? A gente continua em guerra Olhando aí pra lua implorando por paz Então me diz: por que você quer voltar? Você não tá feliz onde você esta? Observando tudo a distância Vendo como a Terra é pequenininha Como é grande a nossa ignorância E como a nossa vida é mesquinha A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço De tanto lutar por algum espaço E você, com todo esse espaço na mão Querendo voltar aqui pro chão! Ah não, meu irmão... qual é a tua? Que bicho te mordeu aí na lua?
REFRÃO: Eu vou pro mundo da lua Que é feito um motel Aonde os deuses se abraçam e beijam no céu
Ah não, meu irmão... qual é a tua? Que bicho te mordeu aí na lua? Fica por aí que é o melhor que cê faz A vida por aqui tá difícil demais Aqui no mundo, o negócio tá feio Tá todo mundo feito cego em tiroteio Olhando pro alto, procurando a salvação Ou pelo menos uma orientação Você já tá perto de Deus, astronauta Então, me promete Que pergunta pra ele as respostas De todas as perguntas e me manda pela Internet REFRÃO É tanto progresso que eu pareço criança Essa vida de internauta me cansa Astronauta, cê volta e deixa eu dar uma volta na nave, passa a chave que eu tô de mudança Seja bem-vindo, faça o favor E toma conta do meu computador Porque eu tô de mala pronta, tô de partida E a passagem é só de ida Tô preparando pra decolagem, vou seguir viagem, vou me desconectar Porque já tô de saco cheio e não quero receber nenhum e-mail com notícia dessa merda de lugar REFRÃO Eu vou pra longe, onde não exista gravidade Pra me livrar do peso da responsabilidade De viver nesse planeta doente E ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente Chega de loucura, chega de tortura Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão Ódio, mentira, ambição Estrela por aí í o que não falta, astronauta A Terra é um planeta em extinção.
CD: Nádegas a Declarar - Gabriel O Pensador; Sony Music;
Conteúdo: Gravitação Universal

ALÔ! ALÔ MARCIANO
(Rita Lee / Roberto de Carvalho)
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down
O high society

Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si, todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque 
Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down
O high society

Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando russa
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá prá atolá, Alá
Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down
O high society

Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down
O high society

CD: Série Gold: Acústico MTV – Rita Lee; Universal / Polygram; 1998.
Conteúdo: Ondas eletromagnéticas.




Algumas considerações sobre a teoria de Vygotsky e o processo de aprendizagem na velhice

tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social.
Lev S. Vygotsky (1896-1934), professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget.Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.

As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. O mesmo apresenta uma visão sobre a formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.

Vygotsky necessita ser compreendido a partir de seu contexto histórico. Também contemporâneo de Marx viu no coletivo, respostas que atendiam seus anseios sobre como a linguagem se desenvolve.
Assim, busco nesta base teórica sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento, subsídios para compreender como se dá o processo de aprendizagem na velhice, e de algum modo, assim como o desenvolvimento humano é contínuo, os processos de aprendizagem e a assimilação também são.
Os idosos por serem sujeitos já amadurecidos biologicamente têm algumas peculiaridades na forma como aprendem.

Aprendem não apenas como se comunicar, mas o que e de que modo querem se comunicar. Enfim, de acordo com Vygotsky é a relação com o meio que favorece o aprendizado, inclusive pela questão cultural. A cultura também é o meio no qual o processo de aprendizagem se estabelece.

A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.

O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.

O idoso internaliza as formas culturalmente dadas numa dimensão diferente, uma vez que traz consigo o referencial e uma bagagem acumulada ao longo da vida. O funcionamento psicológico daquele que toma conta da própria finitude na medida em que envelhece faz com que tenha condições de escolher com mais sabedoria (ou não) aquilo que deseja aprender e aquilo que não tem interesse em saber.

Isso tem uma dimensão social ampla, e se fundamenta no contexto sócio-histórico de modo que possibilita analisar a si próprio, perceber os próprios erros e corrigir-se. Erros que são percebidos através de um conceito que perpassa o social, a moral, enfim, o conceito que define o certo e o errado é determinado pelo contexto social vigente.

Vygotsky também fala da aprendizagem como elemento fundamental ao desenvolvimento e que ambos os processos são interdependentes. No contexto do idoso é necessário um esforço para enxergar que esse sujeito está se desenvolvendo e não como alguém que já não tem mais o que fazer. No mundo contemporâneo e em decorrência do pensamento capitalista e da globalização econômica e cultural, o idoso vem sendo percebido como excedente. Todavia existe um esforço global para que este conceito errôneo seja desmistificado, uma vez que a produção neste estágio de vida não se perde, apenas se transforma.

É com esse entendimento que, gradualmente, vem se ampliando as atividades de lazer, de cultura, esportivas, educacionais e de saúde para dar suporte as novas demandas dessa faixa crescente da população.

E esse processo de transformação de conceitos deveria motivar o idoso da atualidade a continuar seus processos de aprendizagem, de internalização dos acontecimentos de percepção da própria subjetividade. De acordo com Vygotsky, aprender é um processo complexo que envolve estruturas complexas. O idoso tem maior parte de suas estruturas complexas amadurecidas, contudo só isso não garante os processos de aprendizagem. A condição cognitiva, definida pelo autor como “funções mentais” – pensamento, memória, percepção e atenção – biologicamente podem ser alteradas no processo de envelhecimento humano.

Enfim, a interação social e a linguagem são elementos fundamentais para o desenvolvimento. Nesse sentido Vygotsky define dois níveis de desenvolvimento, o real e o potencial. No primeiro considera-se aquilo que ao sujeito já sabe, o que já conseguiu aprender e no segundo nível, aquilo que o sujeito tem potencial para aprender.

Entres estes dois níveis existe um espaço chamado de Zona de Desenvolvimento Proximal, que é onde o aprendizado de fato acontece através da mediação de outro sujeito. Ou seja, é nessa distância em que se trabalha aquilo que o sujeito sabe e aquilo que ele é capaz de aprender sob orientação e estimulo de um outro sujeito.

Portanto este autor entende que o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, que a construção do aprendizado inicia de fora para dentro e esta relação é sempre mediada pela cultura e relacionada ao desenvolvimento mental superior.

Vygotsky vê o sujeito em sua completude o e a partir de conceitos individuais. Diz que o sujeito aprende a significar tudo aquilo que o cerca a partir de sua capacidade de compreensão e da mediação com a cultura. Assim, na minha prática profissional, acredito no idoso como um sujeito em sua totalidade, que não depende apenas de seu potencial genérico para aprender, mas é a todo o momento influenciado na mediação sociedade e sujeito.

Acredito que se vygotsky tivesse vivido mais anos, talvez tivesse buscado compreender a velhice também como uma fase de aprendizado, observando o que fica mais vulnerável no complexo sistema do corpo humano e que de modo direto afetaria nos processos de internalização e nas funções mentais.

Símbolos, linguagem, significados, sentido, são termos comumente encontrados no pensamento deste autor. Aqui é interessante mencionar o que Vygotsky entende por significado e sentido, para compreendermos uma pequena parcela daquilo que o mesmo buscava desvendar no que se refere à linguagem.

Assim, velhice tem como significado uma etapa de vida que acontece mais ao fim do ciclo de vida humano. Contudo para parte dos idosos institucionalizados o sentido da velhice é depreciativo, decadente, triste; enquanto para idosos que residem com familiares a velhice pode também ter o sentido de continuidade, experiência e sabedoria.

Assim, para realizarmos uma aprendizagem eficiente e eficaz é necessário que compreendamos qual o sentido atribuído pelo sujeito a determinado signo. A família é o ambientem mais propicio para a realização de trocas e aprendizagem simbólica e afetiva. Contudo se a família não se faz presente e ativa devemos buscar substitutos equivalentes.

Enfim, quando buscamos subsídios para entender a prática psicopedagógica em espaços fora do âmbito escolar, nos defrontamos com um desafio: a produção de conhecimento e a busca por dados novos sobre outras situações.

Relacionar as idéias de Vygotsky num cotidiano profissional no qual os sujeitos envolvidos têm mais de 60 anos é uma tarefa estimulante e delicada. Mas este processo é importante quando se busca ampliar os horizontes da prática profissional do psicopedagogo.

Entender que na infância o sujeito vai se constituindo e se construindo em todos os aspectos é de fácil aceitação, assim como é tranqüila a compreensão de que a criança é aquela que necessita aprender a viver em sociedade.  Contudo não parece simples a compreensão de que o velho não pára de aprender, mas recicla e renova as formas de assimilação e captação de informações.

Falar em potencial e real, bem como de zona proximal é entender que esta é uma dinâmica contínua na vida dos sujeitos de todas as idades. Toda via o idoso nem sempre necessita de alguém “mais velho”, mas de alguém com um conhecimento diferente daquele que o mesmo construiu ao longo da própria vida. Aprender (com) e ensinar seus iguais é uma constante na vida daqueles que se relacionam com outros idosos.

No contexto social brasileiro atual ouso dizer que o idoso luta diariamente para ressignificar sua existência, contudo, os conceitos cristalizados na história destes sujeitos dificilmente serão modificados, uma vez que já construíram bases sólidas nos processos mentais superiores.

Outra peculiaridade na realidade do idoso são as doenças degenerativas neurológicas. A doença de Alzheimer, por exemplo, atinge no cérebro o campo específico da linguagem e da memória, de modo que o idoso passa a perder gradualmente a capacidade de escrita, fala. Outras demências também afetam o idoso, todavia, nenhuma destas situações os incapacita para a linguagem universal do afeto.

Enfim, Vygotsky traz uma belíssima contribuição à sociedade, na medida em que busca conhecer e explicar os caminhos que a mente humana faz para aprender e se desenvolver. Esta é uma pequena reflexão ante o imenso universo de conceitos, idéias e contribuições deixadas por Vygotsky.

Obras consultadas
BESSA, V. H. Teorias de Aprendizagem. Curitiba: IESDE, 2006.
TAILLE, Y.; OLIVEIRA, M. K.; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em discussão. 18. ed. São Paulo: Summus, 1992.
ZACHARIAS, V.L. Vygostsky e a educação.

publicado em 24/08/2010 - por Michelle Clos na categoria 'Artigos'

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Nessa postagem vou apresentar um trabalho da aluna Vera Lúcia Costa Hank do Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI .
Site de onde o trabalho foi retirado: http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/o-espaco-fisico-sua-relacao-no-desenvolvimento-aprendizagem-.htm

RESUMO 

Esta pesquisa apresenta uma discussão sobre a influência do espaço físico no desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos, tendo como finalidade discutir a importância do espaço físico no desenvolvimento e aprendizagem da criança, bem como as interações entre os pares e o papel do educador nos espaços oferecidos para a criança. Esta pesquisa foi realizada baseada em revisão bibliográfica, considerados os seus principais referenciais teóricos: Vygotsky e Wallon a partir de autores como: Carvalho & Rubiano (2001), Gandini (1990), Horn (2004), Lima (2001), Oliveira (2000), Z. Oliveira (2001), os quais discutem a importância da interação entre os pares e da organização dos espaços, do papel do educador e também como se dá à relação da criança com o meio proporcionado a ela e com as diferentes culturas apresentadas. Os espaços que se constituem dentro do contexto da educação infantil devem ser preparados para criança e com a criança respeitando o direito que toda criança tem de buscar construir a sua autonomia, sua identidade bem como, o seu próprio conhecimento e ao educador infantil cabe o papel de alguém que reconhece a sua verdadeira e importante função dentro dos espaços, participando como alguém que por ser mais experiente tem muito a planejar, intervir, mediar e proporcionar aos seus educandos. 

Palavras-chave: Espaço; Interação; Aprendizagem. 

1 INTRODUÇÃO 

Buscando uma perspectiva de sucesso para o desenvolvimento e aprendizagem do educando no contexto da educação infantil o espaço físico torna-se um elemento indispensável a ser observado. A organização deste espaço deve ser pensada tendo como principio oferecer um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, isto é, um lugar onde as crianças possam brincar, criar e recriar suas brincadeiras sentindo-se assim estimuladas e independentes. Diferentes ambientes se constituem dentro de um espaço. De acordo com Horn (2004, p. 28):
É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções [...] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado.
O espaço criado para a criança deverá estar organizado de acordo com a faixa etária da criança, isto é, propondo desafios cognitivos e motores que a farão avançar no desenvolvimento de suas potencialidades. O espaço deve estar povoado de objetos que retratem a cultura e o meio social em que a criança está inserida. Gandini (1990, p.150) diz que: “o espaço reflete a cultura das pessoas que nele vivem de muitas formas e, em um exame cuidadoso, revela até mesmo as camadas distintas dessa influência cultural”. 

Reconhecendo que a criança é fortemente marcada pelo meio social em que se desenvolve, e que também deixa suas próprias marcas neste meio, que tem a sua família como o seu principal referencial, apesar de todas as relações que ocorrem em todos os níveis sociais, o espaço infantil deve priorizar remeter a história da criança para o seu contexto e através disto promover a troca de saberes entre as crianças. Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, vol 1, p. 21-22): “as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressifignificação”. As interações que ocorrem dentro dos espaços são de grande influência no desenvolvimento e aprendizagem da criança. 

O educador não deve ser visto como figura central do processo de ensino aprendizagem, mas sim como alguém mais experiente que aprende e permite ao educando aprender de forma mais lúdica possível. Devemos destruir a crença de que a criança só aprende se um professor ensinar, e de que só o professor é responsável pelo desenvolvimento de todas as potencialidades da criança. A criança através do meio cultural, da suas interações com o meio seja em um trabalho individual ou coletivo é a verdadeira construtora do seu conhecimento. De acordo com Oliveira (2000, p.158):
O ambiente, com ou sem o conhecimento do educador, envia mensagens e, os que aprendem, respondem a elas. A influência do meio através da interação possibilitada por seus elementos é contínua e penetrante. As crianças e ou os usuários dos espaços são os verdadeiros protagonistas da sua aprendizagem, na vivência ativa com outras pessoas e objetos, que possibilita descobertas pessoais num espaço onde será realizado um trabalho individualmente ou em pequenos grupos.
Os espaços construídos para criança e com a criança devem ser explorados pela mesma, em uma relação de interação total, de aprendizagem, de troca de saberes entre os pares, de liberdade de ir e vir, de prazer, de individualidades, de partilhas, enfim, de se divertir aprendendo. 

2 OBJETIVO 

Este estudo tem como finalidade discutir a importância do espaço físico no desenvolvimento e aprendizagem da criança, bem como as interações entre os pares e o papel do educador nos espaços oferecidos para a criança. 


3 METODOLOGIA 

Esta pesquisa foi realizada baseada em revisão bibliográfica, sendo considerados os seus principais referenciais teóricos: Vygotsky, Horn, Lima, Oliveira, Z. Oliveira, Referencial Curricular para a Educação Infantil e Gandini, os quais discutem a importância da interação entre os pares e da organização dos espaços do brincar, na Educação Infantil. 


4 O ESPAÇO FÍSICO E SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA 

Desde que nasce a criança precisa de espaços que ofereçam liberdade de movimentos, segurança e que acima de tudo possibilitem sua socialização com o mundo e com as pessoas que a rodeiam. Espaços estes de direito de todas as crianças sejam eles: públicos, privados, institucionais ou naturais. Segundo Lima (2001, p.16): “o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela”. 

Segundo Piaget citado por Kramer (2000, p. 29): “o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio [...] e que os esquemas de assimilação vão se modificando progressivamente, considerando os estágios de desenvolvimento”. Todo ser humano carrega desde sua concepção conhecimentos e através da interação com o meio vai desenvolvendo estes conhecimentos. Piaget considera a interação indivíduo / meio apenas sem considerar as interações entre as crianças e suas diferentes culturas. Vygotsky já enfatiza a troca de conhecimentos que ocorrem através das interações entre individuo / meio/ individuo. 

Segundo Vygotsky: “o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial ao seu desenvolvimento”. (apud DAVIS e OLIVEIRA, 1993, p. 56). Portanto um ambiente estimulante para a criança é aquele em que ela se sente segura e ao mesmo tempo desafiada, onde ela sinta o prazer de pertencer a aquele ambiente e se identifique com o mesmo e principalmente um ambiente em que ela possa estabelecer relações entre os pares. Um ambiente que permite que o educador perceba a maneira como a criança transpõe a sua realidade, seus anseios, suas fantasias. Os ambientes devem ser planejados de forma a satisfazer as necessidades da criança, isto é, tudo deverá estar acessível à criança, desde objetos pessoais como também os brinquedos, pois só assim o desenvolvimento ocorrerá de forma a possibilitar sua autonomia, bem como sua socialização dentro das suas singularidades. 

Os espaços devem ser organizados de forma a desafiar a criança nos campos: cognitivo, social e motor. Oportunizando a criança de andar, subir, descer e pular, através de várias tentativas, assim a criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo, um ambiente que estimule os sentidos das crianças, que permitam a elas receber estimulação do ambiente externo, como cheiro de flores, de alimentos sendo preparados. Sentindo a brisa do vento, o calor do sol, o ruído da chuva. Experimentando também diferentes texturas: liso, áspero, duro, macio, quente, frio. Carvalho & Rubiano (2001, p.111) dizem que: “a variação da estimulação deve ser procurada em todos os sentidos: cores e formas; músicas e vozes; aromas e flores e de alimentos sendo feitos; oportunidades para provar diferentes sabores”. 

Personalizar o ambiente é muito importante para a construção da identidade pessoal da criança, tornar a criança competente é desenvolver nela a autonomia e a independência. Ao oferecer um ambiente rico e variado se estimulam os sentidos e os sentidos são essenciais no desenvolvimento do ser humano. A sensação de segurança e confiança é indispensável visto que mexe com o aspecto emocional da criança. Oportunizando as crianças de interagirem e em certos momentos que desejarem ficarem sozinhas brincando. David & Weinstein citados por Carvalho e Rubiano (2001, p.109) afirmam que:

Todos os ambientes construídos para crianças deveriam atender cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil, no sentido de promover: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento, sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades para contato social e privacidade. 
4.1 ESPAÇOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS: SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA 

O Brinquedo faz parte da vida da criança independente do nível social ou cultural a que pertence. Segundo Horn (2004, p.70): “o brinquedo sempre fez parte da vida das crianças, independentemente de classe social ou cultural em que está inserida”. É intrínseco da criança o hábito do brincar. Até mesmo ao se alimentar, a criança brinca com os alimentos. Portanto ao proporcionar diversos espaços para a criança brincar e agir dentro do espaço, se estará propondo novos desafios que tornarão a criança um agente da sua própria aprendizagem de forma mais lúdica. 

Vygotsky citado por Rego (2002, p.80): “considera o brinquedo uma importante fonte de promoção de desenvolvimento. Afirma que, apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante da infância, ele exerce uma enorme influência no desenvolvimento infantil”. Portanto não devemos conceber a infância longe do brinquedo visto a importância do mesmo aqui referenciada. E principalmente de proporcionar o brinquedo em ambientes preparados para que a criança brinque com liberdade de ação e em total interação com outras crianças. 

Brincar para a criança é principalmente estar presente no ambiente, se constituindo como individuo e compartilhando significados. Brincar em um ambiente aconchegante, que retrate a identidade da criança e de livre acesso ao mesmo, é fundamental no seu desenvolvimento, visto que se estará promovendo a interação entre criança / criança, criança / educador e até mesmo respeitando os momentos em que a criança prefere brincar sozinha, pois só assim se respeitará a individualidade da criança. Segundo Carvalho & Rubiano (2001, p.109):
...é altamente recomendável que ambientes institucionais ofereçam oportunidade para as crianças desenvolverem sua individualidade, permitindo-lhes ter seus próprios objetos, personalizar seu espaço e, sempre que possível participar nas decisões sobre a organização do mesmo.
De acordo com Horn (2004, p. 71): “o brinquedo satisfaz as necessidades básicas de aprendizagens das crianças, como, por exemplo as de escolher, imitar, dominar, adquirir competências, enfim de ser ativo em um ambiente seguro, o qual encoraje e consolide o desenvolvimento de normas e valores sociais”. Ajuda no desenvolvimento da confiança em si mesmo e em suas capacidades e, em situações sociais, ajuda-os a julgar as muitas variáveis presentes nas interações sociais e a ser empático em relação aos outros. As crianças que brincam em diversos ambientes ricos de informações e demonstram interesse por estar ali brincando, adquirem conhecimentos e transmitem conhecimentos, através da interação com seus pares. Sendo eles os próprios construtores do seu conhecimento com a mediação de alguém mais experiente. De acordo com Fantin (2000, p. 53) :


Brincando (e não só) a criança se relaciona, experimenta, investiga e amplia seus conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo que está ao seu redor. Através da brincadeira podemos saber como as crianças vêem o mundo e como gostariam que fosse, expressando a forma como pensam, organizam e entendem esse mundo. Isso acontece porque, quando brinca, a criança cria uma situação imaginária que surge a partir do conhecimento que possui do mundo em que os adultos agem e no qual precisa aprender a viver. 

Ao brincar a criança expressa seus anseios, sua maneira de como está percebendo o mundo que a cerca e principalmente está vivendo a sua infância. Tem também suas necessidades satisfeitas que são: adquirir novos conhecimentos, habilidades, pensamentos e entendimentos coerentes e lógicos. Reconhecendo-se em um meio e como parte do mesmo, ela cria sua própria brincadeira interagindo com todos que a rodeiam. Temos aí então a importância de se oferecer um espaço povoado de objetos disponíveis e acessíveis à criança. 

Brincando nos espaços com seus brinquedos e objetos variados e escolhendo o espaço que deseja brincar e com quem deseja brincar, é uma atividade enriquecedora visto que, as trocas de saberes que ocorrerão naturalmente através das diversas linguagens sejam elas:oral, corporal, gestual, musical retratando a realidade de cada um. A criança ao agir com fantasia é estimulada a usar de criatividade, usando como parâmetro o seu mundo infantil. 


4.2 A INTERVENÇÃO DO EDUCADOR 

O brincar é sempre estruturado pelo ambiente, pelos materiais ou contexto em que ocorre. Ao educador cabe então participar como uma pessoa mais experiente, que deverá intervir quando necessário e também ter uma participação quando perceber o interesse da criança em tê-lo como parceiro nas brincadeiras, possibilitando assim, o desenvolvimento da criança, proporcionando momentos de interação, acesso à cultura, permitindo a criança principalmente viver a sua própria infância. De acordo com Lima (2001, p.27) :
Consciente da importância da ação que realiza, possibilitando mediações de várias naturezas, o adulto passa a atender os processos da criança com um significado que só pode ser construído tendo como referencial a criança no período de formação em que ela está e não no adulto feito que será.

Um ambiente carente de recursos, onde tanto a criança quanto o adulto vêem somente paredes e espaços vagos é um ambiente sem vida, que não propõe desafios cognitivos à criança e não amplia o conhecimento. Portanto ao educador cabe planejar os espaços para a criança e com a criança, visando o meio cultural em que a criança está inserida, promovendo interações em grupos para que possam assim: criar, trocar saberes, imaginar, construir e principalmente brincar. O educador também precisa estar atento ao ambiente pois, segundo Horn (2004, p.15) “o olhar de um educador atento e sensível a todos os elementos que estão postos em uma sala de aula. O modo como organizamos materiais e móveis, e a forma como as crianças e adultos interagem com eles são reveladores de uma concepção pedagógica”. 

A criança desde o nascimento necessita da mediação do outro para se desenvolver, portanto o meio sozinho não dá conta de desenvolvê-lo e é aí que entra o papel do educador e dos colegas através das relações. Segundo Carvalho (2003, p.154): “ao estruturar e organizar continuamente sua sala, o educador favorece o envolvimento das crianças em brincadeiras entre elas, sem necessidade de interferência direta; dessa forma ele fica mais disponível para aquelas crianças que procuram interagir com ele”. 

Podemos dizer então que o educador torna-se o mediador entre crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios. O educador constitui-se portanto, um parceiro mais experiente, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável de experiências educativa e social variadas. 

O que acontece é que muitas vezes o educador, tem a visão de que: proporcionar a criança o brincar é deixá-la fazer o que quer e onde quer, sem considerar a brincadeira como um processo de organização, de recíproca, de troca de saberes. Cabe ao educador confiar nas crianças e valorizar o seu agir contribuindo para ampliação das descobertas e não apenas estar ao seu lado permitindo toda e qualquer ação. O educador deve considerar a brincadeira segundo o Referencial Curricular Para a Educação Infantil (1998, vol 1, p. 28): “como um meio de poder observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõe”. 


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A organização dos espaços na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, desenvolvendo suas potencialidades e propondo novas habilidades sejam elas: motoras, cognitivas ou afetivas. A criança que vive em um ambiente construído para ela e por ela vivência emoções que a farão expressar sua maneira de pensar, bem como a maneira como vivem e sua relação com o mundo. 

As aprendizagens que ocorrem dentro dos espaços disponíveis e ou acessíveis à criança são fundamentais na construção da autonomia, tendo a mesma como própria construtora de seu conhecimento. O conhecimento se constrói a cada momento em que a criança tem a possibilidade de poder explorar os espaços disponíveis a ela. 

O papel do adulto no espaço é o de um parceiro mais experiente que promove as interações, que planeja e organiza atividades com o objetivo de através das relações dentro do espaço que oferece, buscar o desenvolvimento integral de todas as potencialidades da criança. O educador deve ter a sua proposta voltada para o bem estar da criança, buscando sempre melhorar a sua prática elaborando sempre novas alternativas de construir o conhecimento de um grupo como um todo, facilitando as interações, promovendo e construindo espaços adequados para as crianças. 

Muitas são as propostas apresentadas por vários autores mas que só serão praticadas o dia em que o educador infantil tomar consciência da importância de oferecer espaços ricos de informações na vida das crianças, passando a reconhecer a importância das trocas que ocorrem nos espaços oferecidos como um fator essencial na vida da criança. 


6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

BRASIL, Referencial Curricular Para a Educação Infantil. Vol. 1. Brasília: MEC/SEI, 1998. 

CARVALHO, Maria Campos de. Porque as crianças gostam de áreas fechadas? Espaços circunscritos reduzem as solicitações de atenção do adulto. In: FERREIRA, Maria Clotilde Rosseti. Os Fazeres na Educação Infantil. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003. cap.47. 

CARVALHO, Maria Campos de; RUBIANO, Márcia R. Bonagamba. Organização dos Espaços em Instituições Pré-Escolares. In: OLIVEIRA, Zilma Morais. (org.) Educação Infantil: muitos olhares. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001. 

DAVIS, Claudia. OLIVEIRA, Zilma. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez, 1993. 

FANTIN, Mônica. Jogos e brinquedos e brincadeiras – A cultura lúdica na educação infantil. In: Síntese da qualificação da educação infantil. Florianópolis: Prefeitura Municipal de Florianópolis. Secretaria Municipal de Educação: 2000. 

GANDINI, Lella. Espaços Educacionais e de Envolvimento Pessoal. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens da criança: a abordagem de Réggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.,1999. 

HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004. 

KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 2000. 

LIMA, Elvira de Souza. Como a criança pequena se desenvolve. São Paulo: Sobradinho, 2001. 

OLIVEIRA, Vera Barros de. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis: Vozes, 2000. 

OLIVEIRA, Zilma de M. Ramos. A criança e seu desenvolvimento. Perspectiva para se discutir a educação infantil. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001. 

OLIVEIRA, Zilma de M. Ramos. Educação Infantil: muitos olhares. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001. 

REGO, Teresa C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.



A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Com a evolução da matemática, em função das necessidades sociais, o homem pôde transformar o mundo e beneficiar a si próprio, porém, nos dias atuais, a matemática passou a ser um problema na vida da maioria das pessoas, por ser ensinada de uma maneira rude e tão abstrata. Nas escolas, atualmente muitos de nossos alunos não gostam e não querem aprender matemática, e um dos principais motivos é a falta da capacidade de compreender a leitura matemática por intermédio do modo que ela é ensinada.
Segundo Bicudo (1999), a matemática, quando trabalhada somente com quadro e giz, valoriza apenas as técnicas e abstrações, estimulando e atingindo apenas os 10% dos alunos. A matemática, quando estudada por meio da leitura, em situações concretas, atinge e estimula, praticamente, 90% da turma, tornando-se, dessa forma, agradável e, consequentemente, melhorando a autoestima dos estudantes.
Um dos primeiros referenciais desenvolvidos pela criança são os jogos que dão início ao contato com as regras, ordens de ação, projeção de atitudes, desenvolvendo, assim, estratégias pessoais, e, aproveitando esses procedimentos, a matemática poderá se tornar um conhecimento natural para a criança, e construído sem traumas. Brenelli, (1986)

Segundo Dambrósio (1986), a metodologia dos jogos possui uma aplicação restrita na aprendizagem dos alunos, são vistos apenas como forma de divertimento, perdendo a contextualização com os conteúdos. Os jogos matemáticos são importantes, desde que a criança possa encontrar um sentido lógico nas suas ações e contextualize-os com a sua realidade.

Atualmente, há uma grande quantidade de jogos com procedimentos diferentes, alguns simplesmente obedecem a uma ação, como, por exemplo, o jogo de trilhas simples; outros, são mais importantes para o ensino da matemática, pois desenvolvem, pela possibilidade de escolha, as estratégias pessoais, base necessária para o desenvolvimento da autonomia. São exemplos destes jogos: banco imobiliário, uno, dominó e RPG (palavra inglesa: Roleplaying Games, em língua portuguesa, significa “Jogos de Interpretação”). (STEVE, 1999)

Em nossa cultura, ainda existe a ideia de que a matemática é estudada pela reprodução de modelos prontos, e esse é o principal motivo do fracasso escolar em relação à essa disciplina. Uma alternativa para amenizar essa situação é desenvolver os jogos que valorizem as estratégias, utilizando os conceitos, de acordo com os PCN, para cada ciclo.

Com a utilização dos jogos no ensino da matemática, é possível notar um maior interesse dos alunos pela disciplina e verifica-se que, a partir da mudança de rotina da classe, há um despertar no aluno, o qual, motivado, busca a aprendizagem, tornando, dessa forma, esse processo divertido.
Os jogos, quando propostos de forma adequada, atingem as três estruturas mentais, e tornam-se aliados no processo de ensino e aprendizagem, durante as aulas de matemática, se utilizados de forma contextualizada e significativa. Sendo assim, constituem-se em um recurso fundamental no ensino da matemática, para a construção do conhecimento, e em estímulos ao desenvolvimento de habilidades e competências.

Gisele do Prado Cordeiro
 Orientador:Iuri Rojahn da Silva2
UNIVAP, Faculdade de Educação e Artes (FEA)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Afetividade e aprendizagem

Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina e psicologia. Fez também filosofia. Atuou como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor da Universidade Sorbonne e vice-presidente do Grupo Francês de Educação Nova – instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país e da qual foi presidente de 1946 até morrer, também em Paris, em 1962.
Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, “a própria negação do ensino”.
As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino
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terça-feira, 25 de setembro de 2012

A inclusão da música para o desenvolvimento escolar


A partir da lei nº 11.769, sancionada em agosto de 2008, o ensino de música passa a ser conteúdo obrigatório em todas as escolas públicas e privadas de educação básica – o que engloba educação infantil e ensino fundamental. Após prorrogação, em 2011, do prazo para que as escolas incluíssem o ensino de música em sua grade curricular, 2012 passou a ser a data limite para que o conteúdo ingresse definitivamente no currículo do ensino básico no país.

 "O objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos", diz a professora Clélia Craveiro, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação).